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sábado, 5 de outubro de 2013

Cheiro de Vida

Ela só queria sentir aquele cheiro outra vez.
Era um cheiro, que como todos os outros, não se explica.
Difícil explicar a  cor para o cego. Difícil explicar o cheiro para outra pessoa que não saberia o que  mais está envolvido naquele odor, naquela experiência única de cheiro, que cada um é capaz de explicar somente à sua própria maneira.
Porque o cheiro de bolo é o mesmo, mas o que ele representa para mim pode ser café da tarde e para você, dor de barriga. Não é o significado em si mas o significante.
Explicações á parte, o cheiro de hoje, é de Vida. Cheiro de sábado, na casa da vó.
Cheiro de saudade da torta de maçã e do pastel assado e do arroz com cenoura e do bife à milanesa.
È saudade dela, do vô, da televisão preto e branco, da programação de sábado, sempre ensolarado, sempre com guaraná Antarctica, sempre com desenhos, sempre com meu avô e aquele radinho de ouvido que ele ouvia as notícias e fazia algum comentário.
Minha avó cantarolava pela casa enquanto fazia de tudo um pouco e era sempre tudo!
Saudade desses sábados sem programação, sem preocupação.
Porque hoje é sábado, tem Sol e eu me culpo por não ter uma super programação para fazer com as crianças. Mas vejo que a melhor programação que eu poderia ter na minha infância, era aquele sábado, de nada para fazer, com tudo o que eu tinha direito.
Não havia tédio, nem raiva, nem estresse. Só boas lembranças, só paz e um cheirinho único de sábado, de Vida, de vó e de vô, de saudade, de amor.
Bom sábado pra vocês.

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